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Leite em pó/formula infantil é leite de vaca? Ééééééé!

Eu não entendo porque muuuuitas mães pensam que leite em pó/formula infantil não é leite de vaca, não entendo...

Tem leite de soja para lactantes com intolerancia a lactose, mas são excessões ok?

Na entrevista a seguir, com a nutricionista Denise Carreiro, ela fala sobre a importancia do leite de vaca na dieta, o quanto nós nos alimentamos e alimentamos nossos bebês de forma incorreta.

Logo abaixo, um trecho de seu livro: "Mães Saudáveis têm Filhos Saudáveis", onde ela explica o que são as formulas infantis.

Espero que fique claro para quem quiser entender melhor o assunto.




Fórmulas Industrializadas:

Os alimentos industrializados para bebês surgiram há quase um século. Inicialmente como leite de vaca em pó e depois evoluindo para as fórmulas comerciais, hoje especializadas e segmentadas para atender diversas demandas. As fórmulas comerciais retratam o atual estágio da ciência, que ainda não consegue criar um produto artificial próximo aos requisitos necessários para uma nutrição eficiente. Porém, sua contribuição para casos específicos é inegável. Mesmo limitadas, as fórmulas comerciais podem ajudar os bebês quando estes possuem limitações que os impedem de receber uma alimentação completa que, além de todos os nutrientes, também fornece os substratos necessários para o seu desenvolvimento, que é o leite materno. Outro fator negativo das fórmulas é que estas, por serem oferecidas por mamadeira, comprometem o desenvolvimento da musculatura orofacial, que afeta a deglutição, a fala e a respiração.

Infelizmente, a banalização do uso de fórmulas comerciais, em detrimento da amamentação exclusiva, acaba por comprometer o desenvolvimento adequado das crianças tornado-as mais susceptíveis a desequilíbrios nutricionais que poderão trazer consequências para toda vida. O consumo de fórmulas artificiais passou a ser a primeira opção de alimentação quando, pelo bem do bebê, deveria ser o último recurso a ser utilizado. A amamentação exclusiva é comprovadamente a única maneira de proporcionar a alimentação ideal no início da vida. O bebê nunca deveria ser privado de todos os seus benefícios. A alimentação artificial está associada ao risco aumentado de mortalidade infantil por doenças infecciosas e desnutrição, assim como causar anemias, comprometimento do crescimento e desenvolvimento, aumento das alergias alimentares e, por consequência, desencadear doenças crônicas não transmissíveis que podem ser mantidas durante toda a vida.

A OMS, o Fundo das Nações Unidas para a Infância e o Ministério da Saúde do Brasil recomendam para a população em geral, que os bebês recebam exclusivamente leite materno durante os primeiros 6 meses de idade e que após esta idade a criança receba a alimentação complementar segura e nutricionalmente equilibrada, juntamente com a amamentação, até os dois anos de vida, ou mais.

Na impossibilidade do bebê ser amamentado exclusivamente até 6 meses, vai ser necessária a introdução de fórmulas comerciais ou mesmo outros substitutos do leite materno, como mamadeira de frango com arroz e/ou leite de quinua. A decisão sobre qual substituto adotar vai depender da avaliação de diversos aspectos como, aceitação do bebê, condição econômica, processos alérgicos (pessoal e familiar) disponibilidade dos produtos, entre outros.

Os produtos comercializados no Brasil são divididos em:

· Fórmulas infantis paralactentes: são destinadas à alimentação de lactentes, até 6 meses de idade, sob prescrição de um médico ou nutricionista, para substituição parcial ou total do leite humano.

· Fórmulas infantis de seguimento para lactentes: são destinadas à alimentação
de lactentes, a partir dos 6 meses de idade, para substituição do leite materno.

· Fórmulas infantis para necessidades dietoterápicas: são fórmulas cuja composição foi modificada para atender às necessidades específicas decorrentes de alterações fisiológicas e/ou patológicas, como, por exemplo, a redução no conteúdo de lactose para crianças com intolerância à lactose. Também existem as fórmulas com as proteínas do leite de vaca parcialmente hidrolisadas e aquelas com as proteínas totalmente hidrolisadas.

· Fórmulas de nutrientes para recém-nascidos de alto risco: indicado para a alimentação de recém-nascidos prematuros ou de alto risco, prematuro com menos de 34
semanas de idade gestacional e muito baixo peso ao nascer, <1500g. style="font-weight:bold;">são produtos à base de leite de vaca in natura, mantendo suas características podendo ou não ter sua composição modificada, por meio de fortificação ou redução de nutrientes, com o objetivo de trazer algum benefício à saúde. Lembrando que todas as sociedades de pediatria, inclusive a brasileira, recomendam a não utilização de leite de vaca e de soja no primeiro ano de vida do bebê e, se a criança for filha de pais alérgicos, até o segundo ano de vida. É importante salientar que normalmente as crianças com alergia a
proteína do leite de vaca também são alérgicas a proteína da soja.

As fórmulas comerciais para a substituição ou complementação do leite materno são
formuladas a partir do leite de vaca ou de soja, e adequadas de acordo com os
padrões do Codex Alimentarius (FAO/OMS), destinado à alimentação do lactente.
Atualmente, os tipos de fórmulas industrializadas disponíveis no mercado se apresentam como:

• Fórmulas de Partida

• Fórmulas de Seguimento ou Sequência

• Fórmulas à Base de Soja

• Fórmulas Isentas de Lactose

• Fórmulas Anti-Regurgitação

• Fórmulas Semi-Elementares

• Fórmulas Elementares

• Fórmulas para Prematuros e/ou Recém Nascidos de Baixo Peso


Fórmulas de Partida:
Formulações que preenchem adequadamente as necessidades de nutrientes de crianças
saudáveis, quando utilizadas de forma exclusiva até 6 meses de idade.

Fórmulas de Segmento ou Seqüenciais:
Produto em forma líquida ou em pó, utilizado como substituto do leite materno a partir do sexto mês, quando indicado, e para crianças na primeira infância (12 meses a 3 anos). Deve-se adequar às necessidades nutricionais desta faixa etária.

Fórmulas Isentas de Lactose:
Para ser utilizado nos casos de intolerância à lactose por deficiência da enzima
lactase, causada por lesões da mucosa intestinal ou causas genéticas.

Indicadas para crianças com má digestão da lactose (congênita, doença celíaca, ressecção intestinal, desnutrição, recuperação de diarreia).

Fórmulas Anti-regurgitação:
Indicado para quando o RGE for patológico.
O refluxo gastresofágico (RGE) é considerado fisiológico no período neonatal (metade dos lactentes até 2 meses de idade apresenta regurgitação).

Fórmulas Semi-elementares:
Formulações à base de hidrolisado proteico do leite de vaca e de soja, ou seja, a proteína é submetida a processo de hidrólise, que resulta em oligopeptídeos (incapazes de desencadear resposta imunológica). Indicadas em casos de alergia ao leite de vaca e de soja, condições de má absorção (doença gastrointestinal, hepatobiliar, fibrose cística, síndrome do intestino curto, colestase entre outros). Existem as fórmulas com proteínas parcialmente hidrolisadas e as totalmente hidrolisadas.

Fórmulas Elementares:
Mistura de aminoácidos
Formulações à base de hidrolisado proteico: proteína submetida a processo de hidrólise, que resulta em aminoácidos livres (100%).

Indicadas nos casos nos quais não se obteve sucesso no tratamento com fórmulas
semi-elementares (quanto mais extensa a hidrólise, menor a antigenicidade).

Fórmulas para Prematuros e/ou Recém-nascidos:
Fórmula acrescida de soro de leite, ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa
(LC-PUFAs). Indicada para atender às necessidades nutricionais dos prematuros
e/ou recém-nascidos de baixo peso, levando em consideração sua imaturidade
digestiva e metabólica.

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