Debra Pascali-Bonaro, educadora americana e diretora de um documentário sobre parto orgásmico, afirma que estamos acostumados a uma cultura do parto dolorido e difícil, mas é possível sentir prazer ao dar à luz.
ÉPOCA – Como uma mulher se sente quando tem um orgasmo durante o parto?
Debra Pascali-Bonaro - Existe uma grande variedade de sensações, boas ou ruins, que a mulher pode sentir durante o parto, e uma delas é o orgasmo. Pode ser um orgasmo verdadeiro ou uma sensação orgástica ou de êxtase causado pelo movimento do bebê. É um segredo tão bem guardado que muitas mulheres, quando passam pela experiência, ficam espantadas a ponto de não contar a ninguém o que aconteceu. Estamos acostumados a uma cultura do parto dolorido e difícil. Quem não tem medo e está bem preparada pode experimentar o parto com orgasmo.
ÉPOCA – Sentir prazer no parto é apenas uma questão de vontade e preparo?
Debra - A mulher só precisa estar preparada psicologicamente, porque o corpo já está pronto. O hormônio oxitocina, conhecido como o “hormônio do amor”, ajuda a mãe a expulsar o bebê do útero e também é produzido pelo corpo durante uma relação sexual, quando a mulher está excitada. O corpo reage de maneira muito parecida nessas situações que parecem distintas, mas são complementares. O parto faz parte da sexualidade.
ÉPOCA – Isso significa que qualquer mulher pode ter um orgasmo ao dar à luz?
Debra - Não exatamente. Seria como dizer que toda mulher pode ter relações sexuais prazerosas e orgasmos a toda hora. Depende em grande parte do autoconhecimento e uma certa vontade. Não dá para atingir isso sempre. Na verdade, o corpo está preparado para isso, mas a cabeça pode não estar. Vale a mesma coisa para o parto, e esse é o objetivo do filme: simplesmente dizer que a mulher precisa estar aberta a possibilidade de um parto com prazer. Se você não conhece as opções, é como se você não tivesse nenhuma.
ÉPOCA – É possível ter um parto com orgasmo num hospital comum?
Debra - Num hospital típico é desafiador, para não dizer impossível. Mas se o hospital tiver uma sala de parto adequada, onde a mulher se sinta confortável, tenha privacidade e fique cercada de gente de quem ela gosta, é possível. A mulher precisa participar de seu parto, se sentir no centro da situação. Essa participação não significa apenas responder ao “aguente firme e faça força”. A mulher precisa imaginar onde gostaria de estar, que tipo de som ou cheiro a sala vai ter, como será a iluminação. É tomar o controle.
ÉPOCA – Um parto com orgasmo pode trazer algum benefício para a saúde?
Debra - Não existem muitas pesquisas sobre isso, mas um parto confortável diminui muito a chance da mulher ter depressão pós-parto. O que é sentido durante o parto tem um impacto muito grande na saúde da mulher nos primeiros meses de maternidade.
ÉPOCA – Você recebeu muitas críticas pelo documentário?
Debra - Eu li críticas de pessoas que não acreditaram no filme, mas nunca ninguém veio pessoalmente até mim para lançar algum desafio ou dizer que eu disse mentiras. O nome do documentário pode gerar controvérsia e chocar as pessoas, mas o conteúdo traz uma discussão muito profunda sobre a fisiologia do corpo, a interferência dos hormônios e a psicologia do parto. Pode parecer um segredo, mas é mais comum do que imaginamos.
Essa entrevista está na revista época dessa semana.
ÉPOCA – Como uma mulher se sente quando tem um orgasmo durante o parto?
Debra Pascali-Bonaro - Existe uma grande variedade de sensações, boas ou ruins, que a mulher pode sentir durante o parto, e uma delas é o orgasmo. Pode ser um orgasmo verdadeiro ou uma sensação orgástica ou de êxtase causado pelo movimento do bebê. É um segredo tão bem guardado que muitas mulheres, quando passam pela experiência, ficam espantadas a ponto de não contar a ninguém o que aconteceu. Estamos acostumados a uma cultura do parto dolorido e difícil. Quem não tem medo e está bem preparada pode experimentar o parto com orgasmo.
ÉPOCA – Sentir prazer no parto é apenas uma questão de vontade e preparo?
Debra - A mulher só precisa estar preparada psicologicamente, porque o corpo já está pronto. O hormônio oxitocina, conhecido como o “hormônio do amor”, ajuda a mãe a expulsar o bebê do útero e também é produzido pelo corpo durante uma relação sexual, quando a mulher está excitada. O corpo reage de maneira muito parecida nessas situações que parecem distintas, mas são complementares. O parto faz parte da sexualidade.
ÉPOCA – Isso significa que qualquer mulher pode ter um orgasmo ao dar à luz?
Debra - Não exatamente. Seria como dizer que toda mulher pode ter relações sexuais prazerosas e orgasmos a toda hora. Depende em grande parte do autoconhecimento e uma certa vontade. Não dá para atingir isso sempre. Na verdade, o corpo está preparado para isso, mas a cabeça pode não estar. Vale a mesma coisa para o parto, e esse é o objetivo do filme: simplesmente dizer que a mulher precisa estar aberta a possibilidade de um parto com prazer. Se você não conhece as opções, é como se você não tivesse nenhuma.
ÉPOCA – É possível ter um parto com orgasmo num hospital comum?
Debra - Num hospital típico é desafiador, para não dizer impossível. Mas se o hospital tiver uma sala de parto adequada, onde a mulher se sinta confortável, tenha privacidade e fique cercada de gente de quem ela gosta, é possível. A mulher precisa participar de seu parto, se sentir no centro da situação. Essa participação não significa apenas responder ao “aguente firme e faça força”. A mulher precisa imaginar onde gostaria de estar, que tipo de som ou cheiro a sala vai ter, como será a iluminação. É tomar o controle.
ÉPOCA – Um parto com orgasmo pode trazer algum benefício para a saúde?
Debra - Não existem muitas pesquisas sobre isso, mas um parto confortável diminui muito a chance da mulher ter depressão pós-parto. O que é sentido durante o parto tem um impacto muito grande na saúde da mulher nos primeiros meses de maternidade.
ÉPOCA – Você recebeu muitas críticas pelo documentário?
Debra - Eu li críticas de pessoas que não acreditaram no filme, mas nunca ninguém veio pessoalmente até mim para lançar algum desafio ou dizer que eu disse mentiras. O nome do documentário pode gerar controvérsia e chocar as pessoas, mas o conteúdo traz uma discussão muito profunda sobre a fisiologia do corpo, a interferência dos hormônios e a psicologia do parto. Pode parecer um segredo, mas é mais comum do que imaginamos.
Essa entrevista está na revista época dessa semana.
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