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O parto ideal e o parto real.

A gente pode pensar sobre isso antes da gravidez, assim que descobre, durante a gravidez ou só na hora. Mas a gente pensa. E a gente imagina.

Eu achava que parto normal é aquela coisa de novela, de filme. Que precisa de água quente, toalhas brancas e ficar deitada de barriga para cima, com um monte de gente gritando. (só não sei para que de tudo isso) Essa era a imagem que eu tinha durante a primeira gravidez, que terminou em cesárea.

Quando a gente se informa, a gente descobre que tem opções, que tem diferenças entre os locais para o parto, entre os médicos/enfermeiras/parteiras, entre a condução do parto, entre os procedimentos. E aí, a imagem pode mudar.
Em geral, a imagem de um parto humanizado é uma coisa calma, com poucas luzes, música de fundo, todo mundo feliz, só olhando, esperando a natureza fazer o seu papel. Essa era a imagem que eu tinha antes do meu primeiro parto domiciliar. E era a imagem que eu tinha para o me segundo. hehe.

Só que o parto quase nunca é como a gente imagina. Dói, demora, dá medo, o telefone toca, a luz acaba, o marido desmaia, a gente faz cocô, acaba precisando de anestesia, de cesárea, enfim. Muitas coisas podem ser diferentes do imaginado. E a maioria das coisas sai, mesmo.

A verdade é que o parto é dói. E que a gente acaba fazendo/pedindo/precisando de coisas que nunca imaginou. No parto, a gente libera a fêmea, mesmo, e faz coisas que nunca imaginou que fosse. E se a gente está em um hospital, por exemplo, a gente acaba cedendo, aceitando alternativas. Primeiro porque a gente está fora de si. Segundo porque a dor é grande. E terceiro porque, na hora, mesmo que a gente saiba que o mais seguro é o parto natural, a gente fica vulnerável. Se alguém chega e diz que assim é mais rápido, melhor, mais qualquer coisa, a gente aceita.

O parto real, o que cada uma de nós teve ou vai ter é único. A gente pode chegar o mais próximo possível do ideal tomando precauções, escrevendo um plano de parto detalhado, informando o acompanhante ao máximo, deixando claro seus desejos para quem vai assistir o parto.

E, para terminar, quando a gente se frustra com o parto, não existe motivo para a gente se sentir mal. Ficar triste com o parto não quer dizer que se ame menos o bebê. Parto é parto. Filho é filho. Filho a gente ama mesmo que tenha tido uma cesárea sem anestesia. E a gente não precisa achar que foi ótimo.
Parto é nosso lado fêmea, nosso corpo terminando o ato sexual que começou na concepção.
Do mesmo jeito que a gente pode ter engravidado do pior sexo da nossa vida (o que não quer dizer que o bebê gerado vai ser pouco amado, feio, chato, nada disso), o parto pode ser bom ou ruim e não tem nada a ver com a maternidade.
A gente só precisa deixar isso claro na cabeça, estufar o peito e aceitar.

Comentários

  1. Adoro textos sobre parto, hehe...
    Adorei!

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  2. É verdade, né Thais!
    Parir dói, dói muito, mas é uma dor que a gente esquece, e quem teve um parto respeitoso quer sentir de novo!
    Se fr pra ficar em casa e sentir toda aquela dor de novo, ser cuidada, paparicada, ficar na piscina, eu tb quero!
    Mas o próximo parto só Deus sabe como vai ser, pq eu posso me preparar muit, e até imaginar mil coisas, mas vai ser do jeito que deve ser!

    Bjo grande!
    Cath da Laura, com 17 meses, PD

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    ResponderExcluir
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    A compreender tanta dificuldade
    A enfrentá-las com dignidade
    Ajuda-me a ter coragem
    Muita resignação
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    Evanir.
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