A história do nascimento do Vitor não foi tão simples quanto à do nascimento da Bella. Digo isto porque aconteceram várias coisas até que eu finalmente pudesse ter meu menino nos braços.
Na primeira gravidez eu desejei e pronto, logo fiquei grávida e as coisas no decorrer da gravidez também fluíram sem maiores neuras.
O nascimento do meu menino serviu para me ensinar muitas coisas e hoje sou absolutamente grata a Deus por cada lição que aprendi passando pelo que passei.
Quer saber como foi?
Então puxa a cadeira que lá vem história...
Os Planos
Logo depois que a Bella completou 2 aninhos decidi que era hora de encomendar um novo herdeiro, dai por diante foram muitas as tentativas. Durante 1 ano tentei, tentei, e simplesmente nada acontecia.
Preocupada, fui ao médico e fiz vários exames que nada de anormal apontaram. Ainda assim a tão sonhada gravidez só aconteceu em junho de 2007, depois que iniciei um tratamento a base de um indutor de ovulação, não preciso nem falar o quanto fiquei feliz quando tive o exame com resultado positivo em minhas mãos, mas...
O Incidente
A alegria durou pouco, após 8 semanas de gestação, no que seria o meu primeiro exame do pré-natal, descobri que o embrião não estava se desenvolvendo corretamente e que infelizmente essa gravidez seria inviável, ao contrário do que acontece com muitas mulheres meu organismo não deu sinal algum de que algo não ia bem, nada de dores, de sangramento o que tive foi o que se chama de aborto retido e assim simplesmente meu sonho de ser mãe novamente, se acabou silenciosamente.
Por conta desta fatalidade tive de me submeter a uma curetagem em Outubro/2007 procedimento este que me deixou não física, mas sim, emocionalmente arrasada.
E como se uma curetagem fosse pouco, fui obrigada a passar por duas, pois o sangramento pós-cirúrgico não cessava com o passar dos dias o que me obrigou a novamente procurar por auxilio médico e receber a notícia de que o procedimento anterior não havia sido bem sucedido e ainda havia restos de placenta em meu útero o que apontava um HCG sempre elevado, por conta disso quando o ano de 2007 chegou ao fim minha única sensação era: Já vai tarde!!!
O Recomeço
O ano de 2008 enfim chegou e com ele minhas esperanças de que em uma próxima oportunidade tudo seria diferente, e assim foi bem no inicio do ano em 1º de janeiro minha menstruação depois de longa ausência finalmente retornou e se regularizou e eu pude novamente re-abrir a 'temporada de caça'.
Dali pra frente, eu já tinha sonhos lindos e inaugurei uma nova fase em minha vida, a fase da informação e da determinação: eu teria um parto NATURAL!
Nesta fase o principal acontecimento, foi abrir mão da comodidade de ter meu bebê em uma clínica bonita que eu já conhecia que disponibilizava tradutores para os pacientes estrangeiros, mas que na realidade não tinha compromisso algum com os interesses da parturiente, privilegiando exclusivamente os aspectos financeiros do comércio dos “nascimentos” e a conveniência dos médicos.
A clinica que eu escolhi para meu 2º parto pode não ser perfeita mais hoje posso assegurar que ela esta muito próxima do ideal.
Enfim Grávida
Em Março de 2008 lá estava eu grávida novamente, muito feliz obviamente, mais muito traumatizada, preocupada com o fantasma que me assombrou no ano anterior, foi bem estranho saber que havia um novo ser se formando dentro de mim e não poder sair contando para Deus e o mundo sobre essa novidade maravilhosa, eu não quis fazer isto até ter certeza absoluta de que tudo estava absolutamente perfeito desta vez, e assim foi só contei a novidade a todos depois de ter ouvido o coraçãozinho do meu bebezinho e saber que as características do embrião estavam compatíveis com o tempo de gestação.
E aqui começa outra fase da gravidez do Vitor, a fase do medo e da desconfiança, a cada consulta que eu ia, sofria horrores, por antecipação, já acordava vomitando de nervoso nos dias do pré-natal de medo de que algo estivesse errado com meu bebê.
Vivi esta tensão até o final do 4º mês só depois disso pude curtir de verdade a gravidez e viver as descobertas maravilhosas desta jornada que é a criação de um ser em seu ventre.
Com 17 semanas eu pude sentir os chutinhos, com 23 descobri que seria um meninão, e fiquei absolutamente feliz e encantada com a transformação do meu corpo e especialmente o crescimento da minha barriga que eu carregava com um orgulho maior que o mundo.
Quando eu estava com 30 semanas de gestação recebi a noticia de que o bebê que desde então se encontrava em posição cefálica havia mudado de posição e tava lá pélvica, ou seja, sentadinho!!! Pronto comecei a me descabelar de novo, eu choravaaaaaaaa por cogitar a possibilidade do meu tão sonhado parto natural não acontecer.
Por mais que ouvisse conselhos e teorias a respeito disso eu não descansei enquanto não soube que ele estava na posição correta , e neste ponto eu gostaria de frisar que se o seu bebê esta sentadinho acredite , insista nos exercícios, massagens e estímulos que ele Vira (com o Vitor isso aconteceu na 34º semana).
A partir da 35º semana eu já estava contando os dias para ver meu menino, mas como o tempo nessa fase da gravidez não é nosso amigo e insiste em ter 48 horas diárias a ordem do período foi procurar por distração.
Fiz todas as lembrancinhas do nascimento, lavei passei arrumei cheirei e contemplei 50 milhões de vezes as roupinhas azuis. Fiz as malas e as conferi umas 30 vezes. Fiz também um Book fotográfico quando estava com 36 semanas, e assim o tempo foi se arrastando…
Na semana 38 minha mãe chegou do Brasil para me ajudar. Pronto agora era só nascer eu já estava com um barrigão enoooorme e 8 kilos a mais.
Completei 39 fui acordada com uma sensação bem diferente e molhada… uaau finalmente minha bolsa estourou, ou pelo menos eu acreditei nisso fiquei toda feliz fui para a maternidade e advinha? Fiz xix na cama não era bolsa coisa nenhuma paguei o maior mico ainda não era hora de o meninão nascer.
Completei 40 e nada...41 semanas e eu já estava surtando, chorando rezando, e nada. Tomei chá de canela, de gengibre, pedi para o maridão me levar a um restaurante para comer comidinhas apimentadas e quentes caminhei bastante, fiz exercícios na bola suíça e nada do Guri querer sair, nenhuma dorzinha, nem um tampãozinho… Nada.
Nessa altura do campeonato a minha obstetra já havia me feito à proposta:
-Se não nascer até 42 semanas internamos e induzimos o parto.
Eu já estava cansada da espera física e emocionalmente, mais a indução me assustava tanto quanto a possibilidade de uma cesárea. Até que na 6º feira um pequeno sinalzinho do tampão deu o ar da graça e renovou minhas esperanças. Já haviam se passado 41 semanas e mais 3 dias.
O Dia D
A madrugada de sexta para sábado dia 04/01/2009 foi um pouco diferente senti certo desconforto e acordei as 7 da manha sentindo as sonhadas contrações.
Nada de pânico ou excitação eu só estava feliz por finalmente sentir meu corpo realizando sua mais nobre função de forma absolutamente natural, levantei tomei meu café da manhã tranquilamente, fiz as unhas, acordei o marido contei a novidade e sai (sozinha) para caminhar pelos parques do bairro apesar do lindo sol que brilhava lá fora fazia muito frio, me agasalhei bem e fui, caminhei por uma hora e no trajeto senti umas 3 contrações bem incomodas mais perfeitamente controláveis.
Voltei para casa, fiz exercícios na Bola Suíça e descansei.Sentia contrações leves e des-ritmadas.
Almocei e sai novamente por volta das 3 da tarde para mais uma vez caminhar, desta vez fui acompanhada da família, para um grande parque também próximo de casa desta vez as contrações já estavam bem doloridas, mais ainda assim caminhei por aproximadamente 1 hora e meia antes de ser vencida pelo frio e pelo aumento da intensidade das contrações.
Voltei para casa, mas não sem antes satisfazer o que seria meu ultimo desejo de grávida: Um sorvete de doce de Leite da Haggen Danz, comprado na loja de conveniência.
Chegando em casa tomei um banho, vesti meu pijama quentinho e fui descansar ou pelo menos tentar já que a partir deste momento as contrações estavam realmente marcando presença, tomei um chá de erva doce feito pelo maridão e consegui até cochilar.
Às 7 da noite as contrações eram de 10 em 10 minutos, e não paravam, decidi ir para a maternidade, senti contrações me arrumando, descendo as escadas do prédio, no estacionamento, no carro…
Às 20h00min dei entrada na maternidade, como era domingo à noite e tratava-se de clínica particular a recepção estava fechada, entramos e fomos ao 2º andar (de escadas) onde a parteira já nos esperava.
Fez as perguntas de praxe, ou seja, a que horas as dores se iniciaram, se eu havia cronometrado, se a bolsa havia rompido, solicitou a caderneta materno infantil, me pesou ali no corredor mesmo, me deu um copo para coleta de urina e me guiou até o quarto onde aconteceria o meu parto, (quarto normal nada de sala cirúrgica, aliás, quarto normal para padrões japoneses, ou seja, nada de cama só um futonzinho estendido no tatami, bola suíça para exercícios, uma pequena mesinha lateral 1 aparelho para monitorar os batimentos cardíacos do bebê e um aparelho de som) pediu para que eu colocasse a roupa que havia trazido para o parto, (nada de camisolão hospitalar, levei uma camiseta e na parte de baixo a clinica ofereceu uma espécie de canga).
A parteira perguntou se poderia fazer exame de toque e eu concordei, foi constatado 4 cm de dilatação e neste momento recebi algumas instruções tais como, fique a vontade, caminhe se quiser, movimente-se se sentir vontade, procure a posição que melhor lhe convir, se precisar me chame, antes de sair porem ela ainda ensinou ao maridão técnicas de massagem para que me auxilia-se na hora do vamos ver. Pronto.
Ficamos lá, Eu a Bella e o Makoto, fiz mais exercícios na bola, andei pelos corredores da maternidade voltei pro quarto e ai o negócio começou a apertar eu me mexia de um lado para o outro a procura de uma posição confortável, a parteira aparecia de tempos em tempos e se revezava com o marido na sessão de massagem em minhas costas, me orientava com técnicas de respiração.
Aliás, a respiração é um capítulo a parte e faz muita diferença, respirar corretamente me trazia a consciência e a concentração necessária nos momentos em que a dor beirava o insuportável, e foi absolutamente preciosa a ajuda do Makoto neste momento ele me lembrava a todo instante de fazer da maneira correta, quando eu já nem sabia mais o que era respirar corretamente.
Teve uma hora que foi bem engraçado também, toda vez que eu respirava eu falava fuuuuuuuuuuuuuuuu até que a Bella se intrigou com isso e eu no auge da dor urrando Fuuuuuuuuuu e ela me perguntando:
-Mamãe porque você tá fazendo esse FUUUUUUUUUUUUUUUUUUU?
Eu tirei forças sei lá de onde e respondi filha a mamãe esta ajudando o Vitor a nascer hoje eu ainda vou fazer muuuito Fuuuuuuu!!!!
E assim foi entre um fuuu e outro, massagem, e dores cada vez mais intensas até que a bolsa se rompeu, eu estava ajoelhada no chão e senti aquele água toda descendo de uma só vez chamei a parteira e o FUUUUUUUUUUUUU já podia ser ouvido do outro quarteirão, tentei ficar de cócoras, mais no período expulsivo eu já não tinha mais forcas nas pernas para agüentar essa posição e me ajoelhei (de 4) ainda foi preciso muita força para o Vitor sair ele coroava e voltava, e ainda depois que a cabeça finalmente saiu, a parteira esperou pela próxima contração para que ele saísse completamente, mais foi rápido.
Ele nasceu!
Era 1h14min da madrugada de 05/01/2009. Saiu quietinho, nem chorou.
Deitei-me e ele foi colocado em cima de mim aquele corpinho quentinho, cheiroso (e pesado).
Nesse momento o mundo parou!
Era eu, Deus e meu Filho nos braços!
A placenta foi expelida também sem pressa, sem procedimento específico, simplesmente saiu.Não precisei de soro de espécie alguma, de anestesia nenhuma, não me submeti a episiotomia (pique), mas levei alguns pontinhos porque tive uma pequena laceração, mais depois de dar a luz de forma absolutamente natural a um guri de 4010 kg e 53,5 cm posso te garantir que isso foi muito tranqüilo.
Todo esse procedimento depois do expulsivo foi feito com ele nos meus braços, e tão logo a sutura foi concluída a parteira, a enfermeira e a obstetra que estavam no quarto se retiraram e nós deixaram a sós eu e minha família que a partir daquele instante estava completa. E foi só neste momento que eu chorei. Chorei de emoção de felicidade de agradecimento a Deus por ter passado por tudo e ter saído absolutamente Vitoriosa.
PS: A Bella ficou comigo o tempo todo, (incluindo os 4 dias de internação) mais não assistiu ao expulsivo, simplesmente porque ficou cansada e dormiu no futon do meu lado e por incrível que pareça mesmo com todos meus gritos ela só acordou imediatamente depois do nascimento, para ser exata, no momento da expulsão da placenta.
Opinião Pessoal:
O parto é a experiência mais íntima, marcante e gratificante que uma mulher pode vivenciar é um momento único de conexão com Deus.
E acreditem-me, flui muito melhor quando é encarado de forma natural sem intervenções desnecessárias. Mesmo levando em consideração que a dor é um conceito subjetivo e totalmente variável de um ser humano para o outro.
Eu passei por 2 partos: um parto normal cirúrgico no nascimento da Bella e agora este parto natural que acabo de relata. Por mais selvagem que o relato acima tenha lhe parecido, eu te garanto que ele foi infinitamente mais fácil que o primeiro, isso porque eu desejei assim, eu estava munida com a arma mais poderosa do mundo: o conhecimento, e consciente de todas as escolhas que fiz e não há nada que eu me arrependa nesse processo.
Se eu tiver a chance de ter um 3º filho eu só gostaria de fazer uma única coisa de diferente: Parto natural DOMICILIAR.
Agradecimentos
Agradeço a Deus por mais uma vez ter me abençoado grandemente e concedido a oportunidade de dar a luz desta forma tão especial.
Ao meu Marido e minha filhinha Isabella que estiveram o tempo todo ao meu lado me ajudando, me incentivando e me presenteando todos os dias com o nobre dos sentimentos o amor.
As minhas amigas virtuais e não virtuais que agüentaram meus chiliques e sempre tiveram palavras de conforto para que oferecer durante toda gravidez.
As especiais amigas do Materna_JP que fazem um trabalho lindíssimo e merecem minha eterna gratidão.
Na primeira gravidez eu desejei e pronto, logo fiquei grávida e as coisas no decorrer da gravidez também fluíram sem maiores neuras.
O nascimento do meu menino serviu para me ensinar muitas coisas e hoje sou absolutamente grata a Deus por cada lição que aprendi passando pelo que passei.
Quer saber como foi?
Então puxa a cadeira que lá vem história...
Os Planos
Logo depois que a Bella completou 2 aninhos decidi que era hora de encomendar um novo herdeiro, dai por diante foram muitas as tentativas. Durante 1 ano tentei, tentei, e simplesmente nada acontecia.
Preocupada, fui ao médico e fiz vários exames que nada de anormal apontaram. Ainda assim a tão sonhada gravidez só aconteceu em junho de 2007, depois que iniciei um tratamento a base de um indutor de ovulação, não preciso nem falar o quanto fiquei feliz quando tive o exame com resultado positivo em minhas mãos, mas...
O Incidente
A alegria durou pouco, após 8 semanas de gestação, no que seria o meu primeiro exame do pré-natal, descobri que o embrião não estava se desenvolvendo corretamente e que infelizmente essa gravidez seria inviável, ao contrário do que acontece com muitas mulheres meu organismo não deu sinal algum de que algo não ia bem, nada de dores, de sangramento o que tive foi o que se chama de aborto retido e assim simplesmente meu sonho de ser mãe novamente, se acabou silenciosamente.
Por conta desta fatalidade tive de me submeter a uma curetagem em Outubro/2007 procedimento este que me deixou não física, mas sim, emocionalmente arrasada.
E como se uma curetagem fosse pouco, fui obrigada a passar por duas, pois o sangramento pós-cirúrgico não cessava com o passar dos dias o que me obrigou a novamente procurar por auxilio médico e receber a notícia de que o procedimento anterior não havia sido bem sucedido e ainda havia restos de placenta em meu útero o que apontava um HCG sempre elevado, por conta disso quando o ano de 2007 chegou ao fim minha única sensação era: Já vai tarde!!!
O Recomeço
O ano de 2008 enfim chegou e com ele minhas esperanças de que em uma próxima oportunidade tudo seria diferente, e assim foi bem no inicio do ano em 1º de janeiro minha menstruação depois de longa ausência finalmente retornou e se regularizou e eu pude novamente re-abrir a 'temporada de caça'.
Dali pra frente, eu já tinha sonhos lindos e inaugurei uma nova fase em minha vida, a fase da informação e da determinação: eu teria um parto NATURAL!
Nesta fase o principal acontecimento, foi abrir mão da comodidade de ter meu bebê em uma clínica bonita que eu já conhecia que disponibilizava tradutores para os pacientes estrangeiros, mas que na realidade não tinha compromisso algum com os interesses da parturiente, privilegiando exclusivamente os aspectos financeiros do comércio dos “nascimentos” e a conveniência dos médicos.
A clinica que eu escolhi para meu 2º parto pode não ser perfeita mais hoje posso assegurar que ela esta muito próxima do ideal.
Enfim Grávida
Em Março de 2008 lá estava eu grávida novamente, muito feliz obviamente, mais muito traumatizada, preocupada com o fantasma que me assombrou no ano anterior, foi bem estranho saber que havia um novo ser se formando dentro de mim e não poder sair contando para Deus e o mundo sobre essa novidade maravilhosa, eu não quis fazer isto até ter certeza absoluta de que tudo estava absolutamente perfeito desta vez, e assim foi só contei a novidade a todos depois de ter ouvido o coraçãozinho do meu bebezinho e saber que as características do embrião estavam compatíveis com o tempo de gestação.
E aqui começa outra fase da gravidez do Vitor, a fase do medo e da desconfiança, a cada consulta que eu ia, sofria horrores, por antecipação, já acordava vomitando de nervoso nos dias do pré-natal de medo de que algo estivesse errado com meu bebê.
Vivi esta tensão até o final do 4º mês só depois disso pude curtir de verdade a gravidez e viver as descobertas maravilhosas desta jornada que é a criação de um ser em seu ventre.
Com 17 semanas eu pude sentir os chutinhos, com 23 descobri que seria um meninão, e fiquei absolutamente feliz e encantada com a transformação do meu corpo e especialmente o crescimento da minha barriga que eu carregava com um orgulho maior que o mundo.
Quando eu estava com 30 semanas de gestação recebi a noticia de que o bebê que desde então se encontrava em posição cefálica havia mudado de posição e tava lá pélvica, ou seja, sentadinho!!! Pronto comecei a me descabelar de novo, eu choravaaaaaaaa por cogitar a possibilidade do meu tão sonhado parto natural não acontecer.
Por mais que ouvisse conselhos e teorias a respeito disso eu não descansei enquanto não soube que ele estava na posição correta , e neste ponto eu gostaria de frisar que se o seu bebê esta sentadinho acredite , insista nos exercícios, massagens e estímulos que ele Vira (com o Vitor isso aconteceu na 34º semana).
A partir da 35º semana eu já estava contando os dias para ver meu menino, mas como o tempo nessa fase da gravidez não é nosso amigo e insiste em ter 48 horas diárias a ordem do período foi procurar por distração.
Fiz todas as lembrancinhas do nascimento, lavei passei arrumei cheirei e contemplei 50 milhões de vezes as roupinhas azuis. Fiz as malas e as conferi umas 30 vezes. Fiz também um Book fotográfico quando estava com 36 semanas, e assim o tempo foi se arrastando…
Na semana 38 minha mãe chegou do Brasil para me ajudar. Pronto agora era só nascer eu já estava com um barrigão enoooorme e 8 kilos a mais.
Completei 39 fui acordada com uma sensação bem diferente e molhada… uaau finalmente minha bolsa estourou, ou pelo menos eu acreditei nisso fiquei toda feliz fui para a maternidade e advinha? Fiz xix na cama não era bolsa coisa nenhuma paguei o maior mico ainda não era hora de o meninão nascer.
Completei 40 e nada...41 semanas e eu já estava surtando, chorando rezando, e nada. Tomei chá de canela, de gengibre, pedi para o maridão me levar a um restaurante para comer comidinhas apimentadas e quentes caminhei bastante, fiz exercícios na bola suíça e nada do Guri querer sair, nenhuma dorzinha, nem um tampãozinho… Nada.
Nessa altura do campeonato a minha obstetra já havia me feito à proposta:
-Se não nascer até 42 semanas internamos e induzimos o parto.
Eu já estava cansada da espera física e emocionalmente, mais a indução me assustava tanto quanto a possibilidade de uma cesárea. Até que na 6º feira um pequeno sinalzinho do tampão deu o ar da graça e renovou minhas esperanças. Já haviam se passado 41 semanas e mais 3 dias.
O Dia D
A madrugada de sexta para sábado dia 04/01/2009 foi um pouco diferente senti certo desconforto e acordei as 7 da manha sentindo as sonhadas contrações.
Nada de pânico ou excitação eu só estava feliz por finalmente sentir meu corpo realizando sua mais nobre função de forma absolutamente natural, levantei tomei meu café da manhã tranquilamente, fiz as unhas, acordei o marido contei a novidade e sai (sozinha) para caminhar pelos parques do bairro apesar do lindo sol que brilhava lá fora fazia muito frio, me agasalhei bem e fui, caminhei por uma hora e no trajeto senti umas 3 contrações bem incomodas mais perfeitamente controláveis.
Voltei para casa, fiz exercícios na Bola Suíça e descansei.Sentia contrações leves e des-ritmadas.
Almocei e sai novamente por volta das 3 da tarde para mais uma vez caminhar, desta vez fui acompanhada da família, para um grande parque também próximo de casa desta vez as contrações já estavam bem doloridas, mais ainda assim caminhei por aproximadamente 1 hora e meia antes de ser vencida pelo frio e pelo aumento da intensidade das contrações.
Voltei para casa, mas não sem antes satisfazer o que seria meu ultimo desejo de grávida: Um sorvete de doce de Leite da Haggen Danz, comprado na loja de conveniência.
Chegando em casa tomei um banho, vesti meu pijama quentinho e fui descansar ou pelo menos tentar já que a partir deste momento as contrações estavam realmente marcando presença, tomei um chá de erva doce feito pelo maridão e consegui até cochilar.
Às 7 da noite as contrações eram de 10 em 10 minutos, e não paravam, decidi ir para a maternidade, senti contrações me arrumando, descendo as escadas do prédio, no estacionamento, no carro…
Às 20h00min dei entrada na maternidade, como era domingo à noite e tratava-se de clínica particular a recepção estava fechada, entramos e fomos ao 2º andar (de escadas) onde a parteira já nos esperava.
Fez as perguntas de praxe, ou seja, a que horas as dores se iniciaram, se eu havia cronometrado, se a bolsa havia rompido, solicitou a caderneta materno infantil, me pesou ali no corredor mesmo, me deu um copo para coleta de urina e me guiou até o quarto onde aconteceria o meu parto, (quarto normal nada de sala cirúrgica, aliás, quarto normal para padrões japoneses, ou seja, nada de cama só um futonzinho estendido no tatami, bola suíça para exercícios, uma pequena mesinha lateral 1 aparelho para monitorar os batimentos cardíacos do bebê e um aparelho de som) pediu para que eu colocasse a roupa que havia trazido para o parto, (nada de camisolão hospitalar, levei uma camiseta e na parte de baixo a clinica ofereceu uma espécie de canga).
A parteira perguntou se poderia fazer exame de toque e eu concordei, foi constatado 4 cm de dilatação e neste momento recebi algumas instruções tais como, fique a vontade, caminhe se quiser, movimente-se se sentir vontade, procure a posição que melhor lhe convir, se precisar me chame, antes de sair porem ela ainda ensinou ao maridão técnicas de massagem para que me auxilia-se na hora do vamos ver. Pronto.
Ficamos lá, Eu a Bella e o Makoto, fiz mais exercícios na bola, andei pelos corredores da maternidade voltei pro quarto e ai o negócio começou a apertar eu me mexia de um lado para o outro a procura de uma posição confortável, a parteira aparecia de tempos em tempos e se revezava com o marido na sessão de massagem em minhas costas, me orientava com técnicas de respiração.
Aliás, a respiração é um capítulo a parte e faz muita diferença, respirar corretamente me trazia a consciência e a concentração necessária nos momentos em que a dor beirava o insuportável, e foi absolutamente preciosa a ajuda do Makoto neste momento ele me lembrava a todo instante de fazer da maneira correta, quando eu já nem sabia mais o que era respirar corretamente.
Teve uma hora que foi bem engraçado também, toda vez que eu respirava eu falava fuuuuuuuuuuuuuuuu até que a Bella se intrigou com isso e eu no auge da dor urrando Fuuuuuuuuuu e ela me perguntando:
-Mamãe porque você tá fazendo esse FUUUUUUUUUUUUUUUUUUU?
Eu tirei forças sei lá de onde e respondi filha a mamãe esta ajudando o Vitor a nascer hoje eu ainda vou fazer muuuito Fuuuuuuu!!!!
E assim foi entre um fuuu e outro, massagem, e dores cada vez mais intensas até que a bolsa se rompeu, eu estava ajoelhada no chão e senti aquele água toda descendo de uma só vez chamei a parteira e o FUUUUUUUUUUUUU já podia ser ouvido do outro quarteirão, tentei ficar de cócoras, mais no período expulsivo eu já não tinha mais forcas nas pernas para agüentar essa posição e me ajoelhei (de 4) ainda foi preciso muita força para o Vitor sair ele coroava e voltava, e ainda depois que a cabeça finalmente saiu, a parteira esperou pela próxima contração para que ele saísse completamente, mais foi rápido.
Ele nasceu!
Era 1h14min da madrugada de 05/01/2009. Saiu quietinho, nem chorou.
Deitei-me e ele foi colocado em cima de mim aquele corpinho quentinho, cheiroso (e pesado).
Nesse momento o mundo parou!
Era eu, Deus e meu Filho nos braços!
A placenta foi expelida também sem pressa, sem procedimento específico, simplesmente saiu.Não precisei de soro de espécie alguma, de anestesia nenhuma, não me submeti a episiotomia (pique), mas levei alguns pontinhos porque tive uma pequena laceração, mais depois de dar a luz de forma absolutamente natural a um guri de 4010 kg e 53,5 cm posso te garantir que isso foi muito tranqüilo.
Todo esse procedimento depois do expulsivo foi feito com ele nos meus braços, e tão logo a sutura foi concluída a parteira, a enfermeira e a obstetra que estavam no quarto se retiraram e nós deixaram a sós eu e minha família que a partir daquele instante estava completa. E foi só neste momento que eu chorei. Chorei de emoção de felicidade de agradecimento a Deus por ter passado por tudo e ter saído absolutamente Vitoriosa.
No calor da emoção... Saímos lindos assim nesta foto super bem tirada... kkkkk
Opinião Pessoal:
O parto é a experiência mais íntima, marcante e gratificante que uma mulher pode vivenciar é um momento único de conexão com Deus.
E acreditem-me, flui muito melhor quando é encarado de forma natural sem intervenções desnecessárias. Mesmo levando em consideração que a dor é um conceito subjetivo e totalmente variável de um ser humano para o outro.
Eu passei por 2 partos: um parto normal cirúrgico no nascimento da Bella e agora este parto natural que acabo de relata. Por mais selvagem que o relato acima tenha lhe parecido, eu te garanto que ele foi infinitamente mais fácil que o primeiro, isso porque eu desejei assim, eu estava munida com a arma mais poderosa do mundo: o conhecimento, e consciente de todas as escolhas que fiz e não há nada que eu me arrependa nesse processo.
Se eu tiver a chance de ter um 3º filho eu só gostaria de fazer uma única coisa de diferente: Parto natural DOMICILIAR.
Agradecimentos
Agradeço a Deus por mais uma vez ter me abençoado grandemente e concedido a oportunidade de dar a luz desta forma tão especial.
Ao meu Marido e minha filhinha Isabella que estiveram o tempo todo ao meu lado me ajudando, me incentivando e me presenteando todos os dias com o nobre dos sentimentos o amor.
As minhas amigas virtuais e não virtuais que agüentaram meus chiliques e sempre tiveram palavras de conforto para que oferecer durante toda gravidez.
As especiais amigas do Materna_JP que fazem um trabalho lindíssimo e merecem minha eterna gratidão.
Vitinho no seu primeiro dia de vida.
Vitinho Hoje : O icone da masculinidade cueca,controle remoto , sofa e futebol na tV..rs
Oi Rosana
ResponderExcluirQue lindo o relato do seu parto. Parabéns pela força e coragem.
Muuita saúde pra famílisa toda e mto leite pro bebê... rs
Beijinhus
rosaaaaana, que liiiiindo!!! estou arrepiada!
ResponderExcluirparabéns!!
beijo
Obrigada Meninas !
ResponderExcluirDemorei mais ¨paririndo¨ este texto do que o Vitor ...kkk
Mas fico muito feliz em saber que consegui dividir com voces um pouquinho desta emoção .
Beijos
Querida... quão corajosa você é! Fico feliz em saber que ainda existem mulheres como você! Saiba que apesar de estarmos longe, ficamos todos ligadinhos nas notícias, ou na falta delas, quando seu pai ficava descabelado querendo sabe-las! Seja sempre muito feliz... a gente, daqui, só pode dar apoio moral, mas saiba que a distância não impede que amemos inteiramente uma pessoa, e você é uma pessoa muito querida e especial para todos aqui. Beijos enoooormes pra todos... especialmente para a Bella (a mais bela das belas) e para o fofíssimo Vitinho (lindo e maravilhoso)... beijos.
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