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Um relato de cesárea desnecessária no Japão

É triste mas é real. No Japão já se faz cirurgias desnecessárias em gestantes de baixo risco.

O relato abaixo não é o primeiro que conheço, e pelos depoimentos que recebo diariamente, sei que muitas mulheres acabam se sujeitando à cesarianas desnecessárias porque o médico não lhes dá outra opção.

A Érika acompanha nosso blog desde o começo da gestação e lutou até o fim por um parto natural, mas infelizmente seu médico usou de táticas de terrorismo para fazê-la não acreditar que seria capaz de parir.

Eu fico muito, muito triste em saber que a "industria da cesarea" já se instalou aqui e que as mulheres tem que agora que ficar pulando de hospital em hospital para conseguir um atendimento descente e humanizado.

Postei recentemente a lista de FALSOS MOTIVOS ALEGADOS PARA CESAREA, feita pela Dra. Melânia Amorim, obstetra do Brasil, e fica como dica para quem quiser consultar.

Para a Érika eu desejo uma maternidade feliz e que num próximo parto ela possa ser acompanhada por bons profissionais que acreditem no poder do feminino e em sua capacidade de gestar e parir.

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Minha princesa chegou no dia 23/06/10, pesando 4.130kg e com 52,5cm.

Meu parto foi cesarea, no inicio foi muito frustante para mim, pois desejava muito ter um parto normal.

Sempre soube que aqui no Japão é comum ser feito parto normal, e que eles fazem a cesarea em ultimo caso.

Com 38 semanas o medico pediu um raio-x para saber com certeza as medidas do bebe, pois ele achava o bebe grande e "suspeitava" que eu não teria passagem, e que talvez tivesse que induzir o parto normal.

Após o exame ele achou que poderia segurar mais uma semana e que o bebe sairia por via vaginal sem problemas.

Na semana seguinte eu sentia algumas dores mas nada muito serio, quando fui a consulta de 39 semanas ao relatar as dores ao medico, ele fez exame de toque, o ultrasson e disse que não teria condições de fazer um PN, pois na ultrassom minha bebe já parecia ser grandinha, e pelos "sintomas" já era para eu estar entrando em trabalho de parto mas meu corpo estava normal, não estava respondendo ao bebê.

Então ele indicou uma cesarea, que na hora eu neguei pois queria PN, pedi para que ele induzisse, e ele disse que até poderia fazer isso mas que pelo meu quadro ele achava que eu iria passar por todas as dores e ter que fazer a cesarea do mesmo jeito, e uma cesarea de emergencia eles iriam cortar minha barriga na vertical, mas com a data agendada ele poderia fazer o corte na horizontal.

E conversou com meu marido e disse a ele que se fosse a esposa dele, ele faria a cesarea, pelo bebe ser grande, então meu marido concordou com a cesarea e eu também.

Deus olhou por nós em todos os momentos e tudo correu bem. Foram 9 dias de internação, o que eu achei otimo, pois voltei para casa um pouco melhor, diga-se 50%, e agora estou aqui babando muuuuuuuuuito, feliz demais e so tenho a agradecer a Deus esse presente maravilhoso que me deu.

Ela e linda e muito esperta, quando eu penso que consigo mudar alguma coisa para ser do meu jeito ela mostra que e mais esperta, acho que por mais que eu tente ela manda mais em mim do que eu nela......rs.

Estou sendo mãe 24h e é cansativo, mas o sorriso dela me faz sentir que tudo vale a pena.

Érika Beppu

Comentários

  1. mas como assim?????? raio X????? cesárea eletiva? que coisa!!!

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  2. Ana aqui eles tiram raio-x do quadril para ver se o quadril vai ter espaço suficiente para passar o bebe...(????)
    Coisas de Japão...
    Totalmente sem sentido.

    ResponderExcluir
  3. Pois é...por isso estou fugindo das consultas de pré-natal...
    Um monte de exames totalmente desnecessários e sem sentido.
    Fico P da vida! =(

    ResponderExcluir
  4. Nossa! Entao posso realmente considerar humanizada a maternidade que pari. O medico pediu o minimo de exames. So de sangue e os ultrassons mesmo. Tambem nao ficava pegando no pé por causa de peso. E quando nao dava pra ir na consulta(que era a cada 15 dias; e no final toda semana, ele nao encanava também. Dizia que se estava tudo bem não precisava se preocupar.

    ResponderExcluir

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