
O parto na água consiste no nascimento do bebê com a mãe imersa em água, numa banheira ou piscina. É uma forma de nascer muito antiga. Hieróglifos revelam que os bebês que se tornariam príncipes ou princesas nasciam nas banheiras na Grécia Antiga. Existem relatos de aborígenes australianos e ilhas do sul do Japão em que se praticava o parto na água.
O parto na água é uma modalidade de nascimento onde a mulher fica dentro da água durante o período expulsivo de modo que o bebê chega ao mundo no meio aquático, exatamente como estava no útero. A água é aquecida a 36ºC, o ambiente geralmente fica à meia luz e o pai ou acompanhante pode entrar na banheira com a futura mãe.
Esses nascimentos costumam ser muito suaves e calmos e muitos bebês sequer choram quando são trazidos à tona para o colo de suas mães.
Alguns médicos alegam que esse parto não é seguro, porque o bebê pode aspirar água. Na verdade os registros de incidentes nos partos aquáticos são muito raros e comparado com partos na mesa ginecológica o parto na água não perde em segurança, mas ganha em qualidade do nascimento.
Na água morna o períneo fica bastante relaxado em relação ao parto tradicional, e as rupturas são raras e geralmente muito superficiais. A episiotomia nesse tipo de parto embora seja possível, é desnecessária em quase todos os casos.
O uso da banheira também pode ser iniciado antes do período expulsivo, para relaxamento e para a suavização das sensações do trabalho de parto. As contrações ficam menos fortes e o bebê pesa menos sobre o colo do útero. Muitas mulheres saem instintivamente da água na hora do bebê nascer, preferindo ficar sobre um colchão, de cócoras, deitada em posição semi-reclinada, ou até de lado (posição de Sims).
Em algumas clinicas e hospitais aqui do Japão existem banheiras nas salas de parto, mas essas são estreitas e não servem para o período expulsivo. No entanto são ótimas para o relaxamento durante o trabalho de parto. Por outro lado é possível um parto na água em casa e para isso usa-se uma piscina desmontável, dessas infantis, que pode ser enchida com água do chuveiro.
Benefícios da agua no parto:
Para a mãe:
- Sensação de leveza: a água reduz a gravidade o que leva à parturiente a sentir-se mais leve;
- Maior flexibilidade nos movimentos: A parturiente tem mais facilidade em se mover e em colocar-se em posições mais confortáveis pois sente-se mais leve. Essa possibilidade de decidir como quer estar promove uma sensação de segurança;
- Redistribuição sanguínea: um maior aporte sanguíneo às mamas ocorre devido ao seu contacto com a água quente; o aporte em prolactina e ocitocina prepara a parturiente para a amamentação;
- Estimulação das mamas: As ondas resultantes dos movimentos maternos na água servem de estímulo a nível dos mamilos, levando à produção de prolactina e ocitocina, ambas importantes para a lactação e esta última fundamental no trabalho de parto;
- Relaxamento de todo o corpo: A acção da água relaxa os músculos perineais, ligamentos e articulações;
- Menor dor de parto: A ocitocina endógena, produzida pelo organismo tem um duplo efeito: a contracção uterina (efectuada ao ritmo e à intensidade adequadas do organismo) e actua a nível cerebral com as endorfinas que elevam o limiar da dor, (a parturiente “aguenta” melhor as contracções uterinas); a ocitocina hospitalar não o faz;
- Melhor auto-estima: segundo um estudo de COSTER (2006), as mães revelam maior satisfação pessoal e melhor auto-estima por terem podido ser mais activa no seu trabalho de parto. Este ponto é muito importante pois parece prevenir o chamado “blues pós parto” que é uma espécie de depressão temporária e frequente.
Para o bebê
- Melhor oxigenação do bebé: A redistribuição sanguínea ocorrida na mãe, devida a acção da água, leva a um maior aporte de sangue ao útero e consequentemente a um melhor de oxigénio ao feto. Além disso, a mãe, menos cansada e menos stressada, gasta menos oxigénio chegando mais ao seu filho;
- Melhor descida do bebé: Os tecidos musculo-esqueléticos de toda a região perineal estão mais amolecidos; a mãe movimenta-se mais e melhor, coloca-se em diversas posições; sendo assim, a progressão do feto pelo canal de parto está facilitada.
O parto na água, não é aconselhável nas seguintes situações:
• Gravidez de alto risco;
• Parto prematuro (menos que 37 semanas de gestação);
• Evidência de febre materna e/ou infecção não tratada (Herpes, HIV+ ou Hepatite C);
• Sinais de comprometimento do bem estar do bebê dentro do ventre materno;
• Sangramento vaginal excessivo;
• Rotura da bolsa dágua com liquído meconial ou sanguinolento;
• Bebê em posições anômalas dentro do ventre (pélvica, por exemplo);
Deixo aqui dois videos lindos de partos na agua:
E outro no you tube
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