Todo mundo que mora fora do Brasil, que pensa em voltar ou que simplesmente não quer perder as origens, pensa nesse assunto, cedo ou tarde.
E é complicado ensinar a Língua Portuguesa, cheia de truques, mudanças ortográficas, verbos irregulares, esses, cês e cedilhas, gês e jotas.
Eu não tenho propriedade nenhuma para falar do assunto, portanto, vou falar só da minha experiência com as crianças de casa.
Eu faço algumas coisas, como sempre ler historinhas passando o dedo por debaixo da onde estou lendo. Também fiz cartões com as sílabas e eles podiam brincar com eles, usando para formar palavras, jogar baralho, simplesmente jogar para cima, enfim. Liberdade. Muitas vezes eles vinham me perguntar que sílaba era aquela e alguma palavra que a continha.
E só. Nada de cartilhas, musiquinhas, "B+A=BA".
Meu filho do meio, com 4 anos aprendeu a ler sozinho. Pegou um livro de dinossauros, um dia, me chamou e perguntou o que era uma das palavras (acho que era "braquiossauro" ou alguma coisa assim). Eu li e ele leu a frase inteira. E a página inteira. Ele estava alfabetizado. Ele ainda não escreve, mas mais por falta de coordenação motora e preguiça do que por não saber.
A mais velha, hoje, com 7 anos, veio me pedir a receita de um bolo. Eu falei e ela foi escrevendo. Errou algumas vezes, nós lemos juntas e corrigimos depois. Simples assim. Nunca chamei para ler, para escrever, para nada.
Mas ela já sabia ler e escrever em japonês desde o ano passado.
O menor, de 3 anos, bom, eu queria que ele não aprendesse a ler ainda, mas ele já lê algumas coisas, como o nome dele, os dos irmãos, o meu e do meu marido, "mamãe" e "papai", "gato", "bola", "super mario bros". E estávamos brincando com o do meio quando o pequeno perguntou como escrevia "mario". Soletrei e ele escreveu. E escreveu umas 4 palavras. Provavelmente não saberia ler depois, mas já está se alfabetizando sozinho.
Então, minha sugestão é: livros sempre ao alcance das mãozinhas, paciência quando eles vêm perguntar como se lê 50000 palavras em meia hora e não ouvem, ler sempre devagar, com calma e vontade e muito amor.
Aos poucos, eles aprendem. Forçar para ensinar não ajuda. Melhor deixar que eles aprendam quando estiverem prontos. Pode ser antes ou depois de aprenderem uma outra língua.
Às vezes, fica confuso e/ou cansativo ter que aprender duas (ou mais) línguas ao mesmo tempo.
Pode ser com 10, 15 anos, mas eles aprendem. Eles têm a vida toda...
E é complicado ensinar a Língua Portuguesa, cheia de truques, mudanças ortográficas, verbos irregulares, esses, cês e cedilhas, gês e jotas.
Eu não tenho propriedade nenhuma para falar do assunto, portanto, vou falar só da minha experiência com as crianças de casa.
Eu faço algumas coisas, como sempre ler historinhas passando o dedo por debaixo da onde estou lendo. Também fiz cartões com as sílabas e eles podiam brincar com eles, usando para formar palavras, jogar baralho, simplesmente jogar para cima, enfim. Liberdade. Muitas vezes eles vinham me perguntar que sílaba era aquela e alguma palavra que a continha.
E só. Nada de cartilhas, musiquinhas, "B+A=BA".
Meu filho do meio, com 4 anos aprendeu a ler sozinho. Pegou um livro de dinossauros, um dia, me chamou e perguntou o que era uma das palavras (acho que era "braquiossauro" ou alguma coisa assim). Eu li e ele leu a frase inteira. E a página inteira. Ele estava alfabetizado. Ele ainda não escreve, mas mais por falta de coordenação motora e preguiça do que por não saber.
A mais velha, hoje, com 7 anos, veio me pedir a receita de um bolo. Eu falei e ela foi escrevendo. Errou algumas vezes, nós lemos juntas e corrigimos depois. Simples assim. Nunca chamei para ler, para escrever, para nada.
Mas ela já sabia ler e escrever em japonês desde o ano passado.
O menor, de 3 anos, bom, eu queria que ele não aprendesse a ler ainda, mas ele já lê algumas coisas, como o nome dele, os dos irmãos, o meu e do meu marido, "mamãe" e "papai", "gato", "bola", "super mario bros". E estávamos brincando com o do meio quando o pequeno perguntou como escrevia "mario". Soletrei e ele escreveu. E escreveu umas 4 palavras. Provavelmente não saberia ler depois, mas já está se alfabetizando sozinho.
Então, minha sugestão é: livros sempre ao alcance das mãozinhas, paciência quando eles vêm perguntar como se lê 50000 palavras em meia hora e não ouvem, ler sempre devagar, com calma e vontade e muito amor.
Aos poucos, eles aprendem. Forçar para ensinar não ajuda. Melhor deixar que eles aprendam quando estiverem prontos. Pode ser antes ou depois de aprenderem uma outra língua.
Às vezes, fica confuso e/ou cansativo ter que aprender duas (ou mais) línguas ao mesmo tempo.
Pode ser com 10, 15 anos, mas eles aprendem. Eles têm a vida toda...
Que ótimo ler isso Tha!
ResponderExcluirEu tô há um tempão pensando nessa questão e não sai do zero.
Adorei as dicas!
Obrigada!
beijo
Olá!
ResponderExcluirSou jornalista da TV Brasil Internacional e trabalho no programa Brasileiros no Mundo. Na próxima edição vamos falar sobre a importância dos filhos de brasileiros no exterior terem contato com a cultura brasileira.
Li seu blog e vi que voc~e tem muito a dizer sobre o assunto.
Gostaria de saber se você poderia gravar um depoimento em vídeo para nós para falar da importância do brasileirinho no exterior manter o vínculo com a cultura brasileira.
O que você acha de gravar um pequeno depoimento em vídeo e enviar para a gente? Pode utilizar a câmera do celular mesmo,é um vídeo caseiro, de mais ou menos 1 minuto, 1 minuto e meio.
Funciona da seguinte maneira:
Você se identifica (nome, sobrenome, em que país mora, há quanto tempo mora fora, de que estado brasileiro você é, profissão).
Em seguida você entra na temática e nos conta como vocês ajuda a criança a manter o vínculo com a cultura brasileira.
Como isso pode ocorrer? Contato com a língua portuguesa (ensino da língua, aulas de literatura? É necessário o apoio do GOVERNO E ONG's? E a iniciativa do II Concurso de desenhos Brasileirinhos no Mundo, o que achou?
Bom, aguardo resposta.
Obrigada e parabéns pelo blog!
Flávia Peixoto
jornalista TV Brasil Internacional
(61) 3799-5862
flaviapeixoto@ebc.com.br